Dicas de filmes, vídeos ou documentários etnográficos que enriqueçam os debates sobre antropologia e educação.
Mãri Hi – A Árvore do Sonho (2023) TRAILER de Morzaniel Ɨramari
Morzaniel Ɨramari, primeiro cineasta Yanomami, acaba de lançar ‘Mãri hi – A Árvore do Sonho’. Este curtametragem revela como a floresta envia seus recados aos xamãs de um povo atacado há uma década pelo garimpo.
Trance and Dance in Bali
Este documentário etnográfico de 1951, produzido por Gregory Bateson e Margaret Mead é sobre a dança Kris, uma dança cerimonial balinesa que dramatiza a luta interminável entre a bruxa e o dragão – a morte e a proteção da vida – como é apresentada na aldeia de Pagoetan em 1937-1939. Os dançarinos entram em violentos ataques de transe e viram seus krisses (punhais) contra seus seios sem ferimentos. A consciência é restaurada com incenso e água benta. A música balinesa forma o pano de fundo da narração da Dra. Mead.
Nossos espíritos seguem chegando – Nhe’ẽ kuery jogueru teri
Esse curta-metragem etnográfico, coordenado por Maria Paula Prates, foi o grande vencedor da categoria no Prêmio Pierre Verger em 2022. “Nossos espíritos seguem chegando – Nhe’e kuery jogueru teri”, filmado na aldeia Tekoa Ko’eju, retrata os primeiros cuidados de Pará Yxapy, indígena Mbya Guarani, com seu filho, ainda no ventre, e suas reflexões junto aos seus parentes acerca dos sentidos de sua gravidez em meio a pandemia de COVID-19 no Brasil.
Nanook: 100 anos do primeiro documentário
Este é o cartaz de Nanook, o esquimó. O filme de Robert Flahert (1922) inaugura a escola de documentário de longa-metragem e também é considerado um marco do cinema etnográfico.
O Som do Sertão
Esse curta-metragem de 2021, dirigido por Gleydson Mota, revela o som da rabeca e mostra como Seu Jeny, um homem nordestino, analfabeto e autodidata, aprendeu as artes do entalhe em madeira e da música.
Carlos Caps Drag Race
Este curtametragem etnográfico, dirigido pelo romeno Mihai Andrei Leaha, participou da edição 2022 do Pierre Verger Awards da ABANT. Narra a história de três drag queens brasileiras que se preparam para uma Drag Race em São Paulo. Enquanto se arrumam para o show, compartilham como as experiências e lutas vividas no processo de elaboração das suas drags as transformaram em multiartistas. Durante o concurso, essa transformação é revelada e encenada, e se mistura à festa Caps Lock, na vibrante cena independente de música eletrônica em São Paulo.
A Arca dos Zo’é – 1993
Aqui temos um clássico fílmico da formação em antropologia e educação. O cineasta Vincent Carelli lançou no ano de 1993 o documentário “A Arca dos Zoé”, que mostra um representante do povo indígena Waiãpi conhecendo o povo indígena Zo’é. Através da gravação do documentário os dois povos se conhecem. Ao contrário de relações típicas entre os Zo’é e estrangeiros brancos, esse encontro mostra um verdadeiro intercâmbio de ancestralidades, tradições e técnicas. Os Waiãpi viajam até a aldeia Zo’é para ensinarem sobre o mundo de fora, como o uso de roupas na cidade e o uso de tecnologias como ferramentas de metal. O representante Waiãpi admira-se com o estado completamente isolado dos Zo’é.
Arraial do Cabo – 1959
Marco do Cinema Novo brasileiro, Arraial do Cabo – 1959, de Paulo Saraceni e Mário Carneiro, tem e é pura inspiração etnográfica, pois o curta-metragem documenta o impacto da chegada da Companhia Nacional de Álcalis, empresa brasileira produtora de barrilha e sal, no cotidiano e na cultura da vila de pescadores de Arraial do Cabo.
Berahatxi-rbi Olodu Mahadú – O povo que veio do fundo do rio (Documentário Karajá / Iny)
Esse filme de 2011 traz gravações realizadas durante o ritual Hetohoky acontecido na aldeia Bõtoiry.
Antropólogas indígenas: de ‘objetos de estudo’ a protagonistas
Este vídeo mostra a ação de três antropólogas indígenas em prol da transformação da relação entre antropólogos e os povos que estudam. Elas afirmam que para que a humanidade mude o sentido das mudanças no clima e da perda de biodiversidade, é preciso ouvir as vozes indígenas.
Serra do Queimadão, uma comunidade quilombola
Esse documentário etnográfico fala sobre a comunidade quilombola de Serra do Queimadão, localizada no município de Seabra, na Chapada Diamantina, Bahia. Nele são contadas histórias da comunidade e suas tradições culturais a partir da história de vida de seus moradores.
Um dia na vida de uma tribo na floresta tropical
Esse documentário, com roteiro de Darcy Ribeiro e filmado por Heinz Forthmann, é uma aula de videoetnografia. Os documentários de Heinz Forthmann se tornaram clássicos dos filmes etnográficos brasileiros. Nessa narrativa audiovisual de um dia comum na vida de uma tribo na floresta pode-se compreender os sentidos da antropologia como educação e da educação como cultura.
Expressão urbana – a educação integral na arte das ruas
Nesta video-reportagem artistas plásticos, grafiteiros e arte-educadores representam a arte urbana em seus próprios termos e estabelecem relações entre a complexidade da vida nas grandes cidades e estratégias formativas.
Atlântico Negro – Na rota dos orixás
Em 1997 era lançado o documentário “Atlântico Negro – Na rota dos orixás”, dirigido por Renato Barbieri e Victor Leonard. Trata-se de um clássico videoetnográfico e uma referência importante na formação em antropologia e educação. Nele, antropólogos, historiadores e líderes religiosos, interpretam a dimensão transatlântica das relações histórico-culturais entre o Brasil e o continente Africano lançando luz sob aspectos da religiosidade, dos orixás.
The Cost of Gold (O custo do ouro)
Como parte de uma campanha de conscientização dos astros de Hollywood sobre a extração ilegal de ouro na Terra Yanomami, maior território indígena do Brasil, a Urihi Associação Yanomami distribuiu aos indicados ao Oscar 2023 estatuetas de madeira de Omama, divindade Yanomami, e divulgou o filme informativo The Cost of Gold, estrelado por Júnior Hekurari. No filme, ele deixa uma mensagem, em Yanomami, alertando que o símbolo do sucesso no Oscar – a estatueta de ouro – tem custado a vida do seu povo.
Utopia Urbana: arquivo de Gilberto Velho
O Núcleo de Audiovisual e Documentário da Fundação Getúlio Vargas (FGV) produziu e disponibilizou gratuitamente o documentário “Utopia Urbana: arquivo de Gilberto Velho” que se debruça sobre a vida e a obra de um dos maiores antropólogos brasileiros, nascido em 1945 e falecido em 2012.
O documentário marca a organização do arquivo de Gilberto Velho, doado à FGV/CPDOC, e também os 50 anos do livro mais importante do antropólogo: “A Utopia Urbana”.
3 replies on “Tá na rede”
Utopia Urbana: arquivo de Gilberto Velho: uma preciosa aula sobre um dos nossos maiores antropólogos!
O custo do ouro… dois minutos intensos…
É com orgulho e prazer que pertenço à Rede Argonautas . Cabe aqui agradecer à Bruna pelo projeto visual que veio possibilitar maior interação com as pessoas interessadas na nossa proposta.