Nasci na capital paulista onde fiz minha graduação em meados dos anos 1990 em Artes Plásticas, pela Universidade Mackenzie. Também foi em São Paulo onde aprendi a apreciar os museus – de todos os tipos. Na adolescência ficava nos jardins do Parque do Ibirapuera aguardando ansiosa a abertura do Pavilhão da Bienal. Meu mestrado em Antropologia também foi em Sampa, na Pontifícia Universidade Católica. O interesse pelo cultural material, particularmente o artesanato, surgiu ainda na graduação quando investiguei a produção de cestaria entre “caipiras” de comunidade tradicional no Parque Estadual do Jurupará/SP. Naquela época trabalhava no Museu Florestal Octávio Vecchi, no Parque Estadual Alberto Löfgren – conhecido pelos paulistanos como Horto Florestal. Também remonta àquele momento meu especial interesse pela memória social quando tive contato com a obra Memórias de Velhos de Ecléia Bossi. Fui professora de Artes da educação básica (da Educação Infantil ao Ensino Médio) por mais de uma década.
O amor me levou à Região dos Lagos, no estado do Rio de Janeiro, onde morei entre 2000 à 2017 em diferentes locais como Saquarema, Iguaba Grande, Barra de São João e Rio das Ostras. Naquela nova fase da vida passei a lecionar no magistério superior ministrando aulas de Artes e Antropologia em cursos de formação de professores. Em 2006 ingressei na Universidade Federal Fluminense onde sou professora até hoje, no campus Rio das Ostras, lotada no Departamento de Artes e Estudos Culturais. Na UFF assumi diferentes cargos administrativos e acadêmicos e sempre coloquei em prática a tríade ensino- pesquisa – extensão. Por mais de uma década coordenei o exitoso programa de extensão Educação Patrimonial em Oriximiná/ PA. O principal objetivo dessa iniciativa era a formação continuada de educadores e lideranças para a valorização dos patrimônios culturais locais.
Meu doutorado fiz tardiamente na Memória Social na UNIRIO, tendo concluído em 2004. A pesquisa etnográfica incluiu etapas de campo no município paraense de Oriximiná. A vivência com os indígenas Katxuyana me fez compreender o tempo amazônico e a importância de “aprender com os velhos”. Essa investigação desvelou o protagonismo deste povo na manutenção e valorização de sua cultura, uma das chaves para a exigência de seus direitos territoriais. A tese que virou livro, A casa tamiriki: patrimônio indígena Katxuyana, é também uma homenagem à resistência desse povo indígena.
Em 2012 um novo amor atravessou minha vida com quem compartilho minha existência desde então. Vivemos na cidade do Rio de Janeiro. A partir de 2020 passei a dividir meu tempo entre os compromissos docentes na UFF e o Programa de Pós-Graduação em Memória Social da UNIRIO, programa ao qual me filiei como docente, orientando mestrandos, doutorandos e supervisionando pós-doutorandos. Como membro da Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e de seu Comitê de Patrimônios e Museus integro a rede de articulação nacional do projeto Mapeamento das Coleções Etnográficas no Brasil .
No ano de 2020 fui agraciada com uma bolsa da Fundação Lady Davis para atuar como professora visitante na Universidade Hebraica de Jerusalém (Israel). Com o advento da pandemia a viagem foi adiada para 2022 e o projeto Brasileiros em Israel: memórias e diversidade ganhou novos contornos e parceiros em Israel como a Universidade Ben- Gurion do Negev e no Brasil como o Museu da Pessoa e a UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro).
Saiba mais sobre A ADRIANA:
Lattes: Currículo do Sistema de Currículos Lattes (Adriana Russi Tavares de Mello) (cnpq.br)
Instagram do Projeto Mapeamento das Coleções Etnográficas no Brasil : http://www.instagram.com/colecoesetnograficas
Programa de extensão Educação Patrimonial em Oriximiná/ PA: http://patrimoniocultural.uff.br
Patrimônio Cultural: https://patrimoniocultural.uff.br/producoes-e-publicacoes/
Publicações
Os Katxuyana e a casa tamiriki: protagonismo ameríndio na valorização cultural.