[…] o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas- mas que elas estão sempre mudando. Afinam ou desafinam. (G. Rosa)
Sou mineira, quase baiana, posto que nasci no Norte de Minas, na cidade de Montes Claros, a terra do pequi, das festas dos catopês, folia de reis, caboclos e marujadas. Um epicentro da cultura no sertão mineiro. Ainda guardo sotaques “baianeiros”, apesar de já ter me in-corporado à capital- Belo Horizonte, desde os anos de 1970.
De lá prá cá são quase 50 anos, de uma história de longa duração da qual guardo na memória movimentos que dizem de minha formação acadêmica, atividades profissionais, maternidade, avosidade, tudo com muita luta e “fé na vida”.
Minha implicação com a educação data de quando me formei normalista na Escola Normal de Montes Claros; pouco depois graduei-me em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica de MG, onde tive a oportunidade de andarilhar pelo Vale do Jequitinhonha, lendo Paulo Freire e outros autores, em “missão” pelo Projeto Rondon- uma parceria do Ministério do Interior e Ministério da Educação, nos tempos sombrios da ditadura militar (meados dos anos 70 e início dos 80).
Desconfio fortemente de que essa experiência de campo marca o início de minha construção como antropóloga, formação que conclui em 1997, no doutorado em Antropologia pela USP. Antes, tornara-me mestre em Educação na UFMG, em 1989. São assim minhas escolhas: sempre nas fronteiras e nos diálogos interdisciplinares misturados à docência superior, desde 1979 e à militância em movimentos sociais e políticos.
Cultura, Educação e Comunicação, percursos que se entrecruzam e me desafiam a pensar Culturas e Educação, mediadas pelos tempos do digital, cujas linguagens, técnicas e estéticas, nem sempre éticas, às vezes nos assombram!
Atualmente sou professora visitante do Programa de Pós- graduação em Educação da UFOP- MG, dando continuidade a uma longa viagem, navegando pelo ensino e pesquisa em Antropologia e Educação por cerca de 40 anos na PUC- Minas, na graduação e na pós-graduação. Sempre em rede! Sim, se tem uma marca em meu percurso e produção acadêmica é o trabalho com, em diálogo. Em parceria, sempre que possível.
Crédito da foto: imagem editada por Gilbert inspirada em criação de Lincoln Volpini
Saiba mais sobre a Sandra:
Lattes: http://lattes.cnpq.br/8005896521093222
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-4501-1008
Academia: https://ufop.academia.edu/SandraPereiraTosta
Grupo de pesquisa Argonautas no CNPq
Publicações
Antropologia e educação: culturas e identidades na escola
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O ensino de arte: contextos contemporâneos. Paidéia r. do cur. de ped. da Fac. de Ci. Hum., Soc. e da Saú., Univ. Fumec Belo Horizonte Ano 7 n. 9 p. 85-108 jul./dez. 2010
Construções identitárias de adolescentes negros de classe média: um estudo de caso em uma escola particular de Belo Horizonte MG. Paidéia r. do cur. de ped. da Fac. de Ci. Hum., Soc. e da Saú., Univ. Fumec Belo Horizonte Ano 8 n.11 p. 71-93 jul./dez. 2011
ANTROPOLOGIA E EDUCAÇÃO: Interfaces em construção e as culturas na escola. Revista Inter-Legere, v. 1, n. 9, 23 out. 2013
A violência na escola particular na rede de Minas Gerais – Brasil: desafios à formação de professores. Revista @rquivo Brasileiro de Educação, Belo Horizonte, v. 1, n. 1, p. 67-74, 2013